Violência doméstica é silenciosa e progressiva: como identificar os sinais e buscar ajuda

Entrevista com o advogado criminalista Dr. Ademilson Carvalho sobre os principais sinais da violência doméstica e o que fazer para romper o ciclo de abusos

Por Redação | Direito Hoje Notícias

A violência doméstica raramente começa com um empurrão ou um tapa. Antes disso, ela se esconde em atitudes que passam despercebidas: ciúmes excessivos, humilhações, chantagens emocionais e tentativas de controle. Quando a agressão física chega, muitas vítimas já estão emocionalmente fragilizadas, isoladas e sem saber a quem recorrer.

Para orientar a população sobre como identificar os sinais da violência doméstica e agir com segurança, a equipe do Direito Hoje Notícias entrevistou o Dr. Ademilson Carvalho, advogado criminalista e autor de diversos artigos jurídicos voltados à proteção dos direitos fundamentais, incluindo o recente “Como identificar e lidar com os sinais de violência doméstica”, publicado em seu portal institucional.


Redação: Dr. Ademilson, por que tantas vítimas demoram a denunciar a violência doméstica?

Dr. Ademilson Carvalho: A violência doméstica é um ciclo que começa de forma sutil, muitas vezes com manipulação emocional. A vítima sente medo, vergonha, culpa e, em alguns casos, depende financeiramente ou emocionalmente do agressor. Há também o estigma social e a falta de acolhimento. O silêncio se torna, para muitas, um mecanismo de sobrevivência — mas também de aprisionamento.


Redação: Quais são os primeiros sinais que uma mulher deve observar?

Dr. Ademilson Carvalho: Qualquer comportamento que envolva controle sobre decisões pessoais, isolamento da família ou amigos, críticas constantes, ameaças veladas, chantagens, ofensas ou vigilância excessiva já configura uma relação abusiva. Identificar os sinais precoces da violência doméstica pode salvar vidas. A agressão física raramente é o primeiro ato de violência.


Redação: Existe perfil da vítima ou do agressor?

Dr. Ademilson Carvalho: Não. A violência doméstica acontece em todas as classes sociais, faixas etárias e religiões. Pode vitimar mulheres, homens, idosos e crianças. E o agressor pode parecer “bom cidadão” fora de casa. Por isso é essencial que os sinais comportamentais não sejam ignorados — o ciclo da violência se repete até ser interrompido.


Redação: O que fazer quando se percebe que está em uma relação abusiva?

Dr. Ademilson Carvalho: Procurar ajuda é o primeiro passo. Denunciar não é fácil, mas é necessário. A vítima pode registrar boletim de ocorrência, solicitar medidas protetivas de urgência com base na Lei Maria da Penha e buscar apoio psicológico. Vale lembrar que a violência psicológica também é crime, conforme alterado pela Lei nº 14.188/2021.


Redação: Como amigos ou vizinhos podem ajudar uma vítima?

Dr. Ademilson Carvalho: Oferecendo escuta e apoio. Se houver risco iminente, acione imediatamente a polícia pelo 190. Também é possível fazer denúncias anônimas pelo 180, a Central de Atendimento à Mulher. Não é necessário esperar uma prova concreta de agressão — a suspeita já é suficiente para acionar os canais competentes.


Redação: A Lei Maria da Penha ainda enfrenta resistência em sua aplicação?

Dr. Ademilson Carvalho: Sim. Apesar de ser uma das legislações mais avançadas do mundo no combate à violência doméstica, há falhas estruturais, como falta de delegacias especializadas, morosidade judicial e ausência de políticas públicas continuadas. É fundamental investir em prevenção, educação de gênero e acolhimento às vítimas.


Redação: Que mensagem o senhor deixaria para as vítimas que ainda não romperam o silêncio?

Dr. Ademilson Carvalho: Você não está sozinha. Sua dor não é normal. Buscar ajuda não é fraqueza, é coragem. A denúncia é o primeiro passo para reconstruir sua vida com liberdade e dignidade. E há suporte jurídico, psicológico e social disponível. A violência doméstica precisa ser combatida com informação, empatia e ação.


📌 Canais de denúncia e apoio:

  • Central de Atendimento à Mulher (180) – denúncia anônima e orientação jurídica e social;
  • Polícia Militar (190) – para casos de emergência;
  • Delegacias da Mulher em seu estado;
  • Defensoria Pública – orientação jurídica gratuita;
  • OAB Mulheres e redes de apoio locais.

🔎 Leitura complementar no portal oficial do advogado:

➡️ Como identificar e lidar com os sinais de violência doméstica
➡️ Violência psicológica é crime: entenda o que diz a lei

📌 Para mais conteúdos sobre direitos das vítimas e legislação penal, acesse nossa categoria de Direito Penal


🖋️ Entrevista concedida a: Redação do jornal Direito Hoje Notícias
👤 Especialista entrevistado: Dr. Ademilson Carvalho, advogado criminalista
🌐 Acesse: https://direitohojenoticias.com.br

Ademilson Carvalho

Dr. Ademilson Carvalho é advogado com atuação destacada em todo o Estado do Rio de Janeiro, São Paulo e demais regiões do Brasil. Com sólida experiência, sua missão é garantir a proteção dos direitos e garantias fundamentais de cada cliente, atuando com estratégia, ética e eficiência em todas as fases processuais.

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